15/05/2024

Compositor Tadeu Garcia deixa o Boi Garantido 

Gilson Almeida | Radar

radarnewsamazonas@gmail.com 

“DEIXO DE SER COMPOSITOR DA ASSOCIAÇÃO FOLCLÓRICA BOI-BUMBÁ GARANTIDO”, anunciou Tadeu Garcia nesta quarta-feira (30) pelas redes sociais.

“A criança que ama o Boi Garantido – o de pano – não tem mais esperança, forças e saúde mental para dialogar com a Associação sem CNPJ – e seus monarcas de várias faces e palavras. Palavras e assinaturas dadas e não cumpridas são rimas de uma toada cantada em qualquer nota menor, acompanhada de um violão desafinado numa corda só!

Há algum tempo e gestões – o cidadão Tadeu Garcia tem créditos a receber da Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido de contratos não honrados por serviços prestados como compositor, coordenador da comissão de artes e consultor entre os anos de 2015 à 2019.

O sofrimento e os desencantos profundos de Emerson Maia, por esses desrespeitosos processos musical e financeiro – ainda que seja feito o maior tributo a ele, não apagará a marca de dor e lágrimas que presenciei por ser irreparável. De igual modo, veja-se o afastamento, pelas mesmas razões dos compositores do quilate de Chico da Silva e Inaldo Medeiros”, escreveu o compositor.

O artista levantou diversas questões do boi, entre elas a contratação de quatro levantadores de toadas: Sebastião Jr., David Assayag, Edilson Santana e Márcia Siqueira. “Ademais, 4 (quatro) levantadores de toadas, todos indiscutivelmente talentosos e experientes, mas que, no conjunto das obras, se torna um inevitável mingau de mau gosto pelas características especialíssimas de cada toada”, disse.

Ainda mais, Tadeu Garcia declarou o perdão de dívidas de todos os créditos legais e legítimos que são devidos, por direito, pela entidade Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido (AFBBG), em nome da paz de espírito, da tranquilidade e da sua saúde, porém ele proibiu a execução de suas obras por quaisquer motivo/razão e circunstâncias pela Associação Folclórica Boi-Bumbá Garantido e seus representantes, em quaisquer ensaios e/ou eventos da agremiação, bem como na arena do Bumbódromo e em plataforma de streaming. “Passando, a contar desta data, a responsabilidade pessoal e subjetiva dos presidentes da AFBBG por execuções desautorizadas.

Torna-se compreensível que, se minhas obras não forem usadas, tocadas e postas em plataforma sem minha prévia autorização e repasses de direitos autorais NÃO haverá novos débitos. Não havendo débitos poderei viver a ilusão do boi de pano em paz, sem estresse, sem horas de insônia, sem indisposição com pessoas do mundo bovino.

Ao verdadeiro boi de Lindolfo desejo sucesso e profundas melhorias; ao boi dos monarcas momentâneos, enredados a impregnar – na cultura do boi bumbá – as suas convicções políticas e ideológicas, o meu maior desapontamento”, publicou.

Garcia agradeceu e pediu desculpas à nação vermelha e branca pelas suas falhas humanas.  “E que, a nova luz do sol, consiga secar e jogar fora toda a lama impregnada pelos que insistiram e insistem, por diferentes modos, EM SUJAR A BARRA DO BOI.

Aos meus parceiros, a compreensão da decisão afetada, com forte abraço a David Assayag, Paulinho DU Sagrado, Chico da Silva, Roseane Novo, Cyro Cabral, Cezar Moraes, dentre outros”, completou.

Tadeu finalizou sua publicação deixando três observações:

1. O Conselho Fiscal da AFBBG tomou ciência dessa minha posição em carta recebida pelo Presidente do Conselho  – Rozinaldo Carneiro.

2. A proibição de execução musical não alcança quaisquer intérpretes de toadas nos seus eventos não vinculados a AFBBG.

3. Nenhuma hipótese de compor para o Contrário.

Tadeu Garcia é mais um artista renomado que deixa o Boi Garantido na gestão de Antônio Andrade. Os mais recentes que saíram da agremiação estão compositor e produtor musical Enéas Dias e o artista plástico Glemberg Castro, sendo que Enéas decidiu sair após desentendimentos com diretores da Direção Geral do Espetáculo (DGE) o qual, segundo ele, os chamaram de incompetente, e Glemberg foi demitido acusado de quebra de confiança ao supostamente conversar com dirigentes do Boi Caprichoso, acusação negada pelo artista plástico.