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Aprovados do concurso público da Prefeitura de Manacapuru realizam ato para que o certame não seja anulado

Mais de 2.600 pessoas foram aprovadas e agora temem com uma possível anulação do certame

Gilson Almeida
Por: Gilson Almeida
16/01/2025 às 20h37 Atualizada em 16/01/2025 às 20h55
Aprovados do concurso público da Prefeitura de Manacapuru realizam ato para que o certame não seja anulado
Foto: Divulgação.

Os aprovados no concurso público da Prefeitura de Manacapuru (AM) realizaram nesta quinta-feira (16) um ato para que a Justiça não anule o certame. O ato aconteceu em Manaus (AM) e em Manacapuru (AM). Mais de 2.600 pessoas foram aprovadas e agora temem com uma possível anulação do certame.

O concurso público conduzido pelo Instituto Merkabah foi suspenso na terça-feira (14) pelo juiz Aurélio Plazzi Palis, da 3ª Comarca de Manacapuru, atendendo o pedido de tutela do Ministério Público do Amazonas (MPAM) que apontou irregularidades em seis editais do certame, o que o órgão afirma que comprometeu a legalidade e transparência do concurso.

Tatiane de Oliveira Servalho é natural de Amaturá (AM). Ela é mãe de três filhos e mora em Manacapuru (AM) há um ano. Ela foi aprovada em 2° lugar para professora de Libras para ministrar para alunos do 1° ao 5° ano. Quando ela fez a prova ela estava na 39ª semana de gestação, já apresentando sinais de dar à luz. Sentindo desconforto, Tatiane não conseguiu sentar e teve que fazer a prova em pé. Por passar horas nessa situação seus pés incharam. 

Segundo ela, a equipe de aplicação de prova foi atenciosa com ela, dando-lhe auxílio inclusive para ir ao banheiro. Depois de três dias ela teve o bebê. Após passar por tudo isso, ela apela para que o concurso seja homologado e assim ela tenha estabilidade financeira para sustentar a sua família. 

"Agora nós pedimos para que o concurso não seja cancelado porque várias pessoas se sacrificaram, fizeram suas renúncias, tiveram noites mal dormidas, investimentos porque muitos pagaram cursos preparatórios como eu para realizar esse sonho de ter uma estabilidade financeira por meio do concurso público", disse. 

Fernanda Vilas Boas da Costa Rezende passou para a vaga de biomédica, junto com o marido Flávio Almeida que passou para a vaga de vigia. Eles são de Uberlândia (MG) e tiveram um gasto de cerca de R$ 5 mil com passagem, hospedagem e alimentação para fazerem o concurso em Manacapuru (AM). Fernanda e Flavio se preparam para o concurso e, após serem aprovados, temem que o certame seja anulado. 

"Esse concurso de Manacapuru (AM) foi um sonho para mim que sou formada em biomedicina há quase dois anos. Eu ainda não estou trabalhando na minha área. Gostaria muito de trabalhar em breve e vi no concurso público essa oportunidade de entrar na minha área e poder realizar o meu sonho de exercer o papel de biomédica. Eu me dediquei muito, estudei toda a matéria que foi cobrada, levei meus materiais para estudar durante a viagem, até quando eu cheguei em Manacapuru (AM) eu tirei um tempo para eu estudar antes da prova. O meu apelo é para que o concurso seja homologado. Que não só o meu, como o sonho de todo o mundo que passou nesse concurso, não seja destruído por causa dessa possível anulação do concurso", disse. 

Entre os problemas identificados pelo Ministério Público, destaca-se o caso que envolve o Ageilson Gomes da Silva, candidato aprovado para dois cargos diferentes cujas provas foram aplicadas no mesmo dia e horário. Essa situação, segundo o MPAM, é uma grave violação à isonomia e lisura do processo. Outros pontos levantados incluem:

- Falta de transparência: os espelhos dos cartões de resposta e extratos de recursos administrativos não foram disponibilizados aos candidatos, comprometendo a possibilidade de revisão e fiscalização dos resultados.

- Prejuízo às cotas: a retificação dos editais, com inclusão de vagas para cotas, foi publicada após o encerramento do período de inscrições, impedindo candidatos já inscritos de se beneficiarem.

- Avaliação psicológica: o edital vedou a possibilidade de interposição de recursos administrativos na avaliação psicológica, violando jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

- Classificações inconsistentes: mudanças abruptas e sem explicação nas pontuações e colocações após recursos, levantando dúvidas sobre a integridade dos resultados.

- Falta de acesso às provas práticas: a ausência de devolutiva adequada sobre gravações de provas práticas e teste de avaliação física prejudicou a revisão de eventuais erros.

Defesa 

A Procuradoria do município de Manacapuru (AM) no processo que recorre da decisão da Justiça de suspender o certame afirma que a irregularidade apontada pelo Ministério Público referente à suposta classificação do candidato AGEILSON GOMES DA SILVA em dois cargos cujas provas foram realizadas simultaneamente, não procede quando analisados os fatos e as providências tomadas pela Comissão Organizadora. 

Segundo a defesa, inicialmente, o candidato compareceu à Escola Beatriz Bezerra, onde tentou realizar as provas para o cargo de Auxiliar de Mecânico, bem como para o cargo de Leiturista que estavam sendo aplicadas na mesma escola. Contudo, ao perceber a situação, a fiscal de sala solicitou a presença da coordenação que imediatamente interveio e esclareceu ao candidato a impossibilidade de realizar ambas as provas.

Conforme consta nos autos do processo, foi informado ao candidato que ele deveria optar por uma das provas, como foi disposto no edital, e ele acabou entregando a prova de Leiturista.

Segundo a Procuradoria, todo o ocorrido foi devidamente registrado em ata, assinada pela fiscal e testemunhado pelos demais candidatos presentes. Dessa forma, assegurou-se que o candidato não realizasse as duas provas e a situação foi prontamente corrigida. O candidato Ageilson Gomes da Silva foi eliminado do certame para o cargo de Leiturista, conforme comprovação documental anexada e registros do sistema de classificação.

Confira a defesa da Procuradoria sobre as supostas irregularidades apontadas pelo Ministério Público.

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Francivânia Há 4 semanas ManacapuruVai dar tudo certo, Jeová Deus conhece nossas lutas para sermos aprovados, passamos por mérito e esforços
Karen Há 4 semanas Manaus Não anulem nossos sonhos. Respeitem os aprovados!
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