Ex-secretários do Estado são alvos da operação da PF por corrupção eleitoral em Parintins 

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Durante a Operação Tupinambaranda Liberta, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão na capital

Manaus/AM. A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira, 3/10, a Operação Tupinambarana Liberta, com o objetivo de combater crimes de associação criminosa, corrupção eleitoral, abolição do estado democrático de direito, utilização de violência para obter votos e impedir o exercício de propaganda eleitoral.

Os alvos da operação foram o ex-secretário de Estado de Administração, Fabrício Rogério Cyrino Barbosa, o ex-secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz de Araújo, e o diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando Silva do Valle. Também são investigados o ex-comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos, e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, que integrava a Companhia de Operações Especiais (COE). Os investigados foram exonerados de seus cargos ontem (2) pelo Governo do Amazonas.

A operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus.

O objetivo da operação é desarticular associação entre membros de facção criminosa e agentes públicos, os quais entraram em conluio visando a prática de crimes eleitorais em prol da candidatura de Brena Dianná à Prefeitura de Parintins/AM, apoiada pelo governador do Amazonas, Wilson Lima. A investigação demonstrou que foram utilizadas estruturas de estado, inclusive, de forças policiais para benefício da chapa de Brena Dianná e Massilon Cursino.

Além dos mandados de busca, a Justiça Eleitoral determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do referido Município.

A Superintendência Regional da Polícia Federal providenciou, esta semana, o aumento do efetivo policial no município de Parintins visando garantir a segurança do pleito na cidade, bem como a liberdade da população para exercer livremente o direito democrático ao voto.

Sobre a investigação:

A investigação foi iniciada em razão de notícia de fato apresentada pelo Ministério Público Eleitoral em Parintins à Polícia Federal em 16/9/2024. Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades. Aliado a isso, foram colhidos indícios acerca da possível inércia de agentes públicos para coibir tais ameaças em prol da candidatura de Brena Dianná à Prefeitura de Parintins. As ações coordenadas do grupo criminoso teriam promovido a espionagem de pessoas ligadas ao grupo político do prefeito Bi Garcia, que apoia a candidatura de Mateus Assayag para sucedê-lo na gestão do município. As investigações também apontam que o grupo tenha monitorado o deslocamento de policiais federais com a finalidade de frustrar a atuação da Polícia Federal.

Em data recente, jornais publicaram vídeos que demonstram autoridades públicas articulando para influenciar diretamente nas eleições da cidade de Parintins, mediante diversas condutas escusas e formas ilegais de atuação.

A operação conta com o apoio da Corregedoria da Polícia Militar no Estado do Amazonas no acompanhamento da execução em face dos policiais militares envolvidos.

O nome da Operação decorre do termo utilizado atualmente pelos moradores de Parintins, chamando-a de “ilha Tupinambarana, a ilha da magia”, fazendo referência a região que foi habitada por diversas etnias indígenas, dentre elas os Tupinambás. O município é conhecido por situar o Festival Folclórico de Bois Bumbás, Garantido e Caprichoso. A Operação da Policia Federal visa garantir o livre exercício do voto no Município.

Nota do Governo do Amazonas 

O Governo do Amazonas informa que, diante dos fatos recentes e para que a Justiça possa realizar o trabalho de investigação que julgar necessário, o governador Wilson Lima está exonerando Fabrício Rogério Cyrino Barbosa e Marcos Apolo Muniz de Araújo, dos cargos de Secretário de Estado de Administração e Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, respectivamente; e Armando Silva do Valle, do cargo de diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama).

O Governo do Estado reforça que, além de garantir a lisura das investigações, o ato tem como objetivo permitir que os citados se defendam de forma isonômica e justa. Ao final do processo legal de investigação, em se comprovando a inocência das partes, os mesmos retornam aos cargos.

Por fim, seguindo recomendação do Ministério Público do Estado (MPE-AM), o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, exonerou o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos do cargo de Comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, que integrava a Companhia de Operações Especiais (COE), que passam a realizar funções administrativas até o fim das investigações.

Com informações da Assessoria de Comunicação Social da Polícia Federal no Amazonas

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